Muito humor é o que promete o Teatro Viriato, em Viseu, na programação para os próximos quatro meses, com espectáculos para os quais os responsáveis prevêem “casa cheia”.
“Três quartos desta programação é de humor. Mas não é aquele humor fácil”, avisou o director geral e de programação do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro, que considera que “os bons humoristas são aqueles que sofreram e passaram por momentos difíceis”. É o que, na sua opinião, acontece com os criadores e intérpretes de “Os Melhores Sketches dos Monty Python”, que estarão em Viseu de 8 a 12 de Abril.
Paulo Ribeiro afirmou que, apesar da “euforia enorme” em torno do espectáculo a que dão corpo os actores portugueses António Feio, Bruno Nogueira, Jorge Mourato, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme, “as pessoas em que eles se foram influenciar não são humoristas de gargalhada fácil, passaram por experiências tão fortes que a única forma de conseguirem exorcizar tudo isso foi através do humor”. Monty Python foi um fenómeno criado em 1969 por um grupo de cinco comediantes britânicos e um norte-americano, agora homenageado pelos portugueses.
Paulo Ribeiro destacou também, entre a programação, “Bucket”, “um grupo de teatro que tem uma componente humorística fortíssima, mas impregnada de vida, de subtileza”, que subirá ao palco no dia 7 de Junho.
Antes, a 31 de Maio, o Teatro Meridional volta a passar por Viseu, com “Contos em Viagem”, a partir de textos de autores de Cabo Verde. Segundo o director do Teatro Viriato, trata-se de um solo da actriz Carla Galvão acompanhada musicalmente por Fernando Mota (que usa baldes e outros utensílios domésticos para produzir sons).
Na opinião de Paulo Ribeiro, o humor estará até presente no concerto de Camané, a 9 de Maio, com o novo trabalho “Sempre em mim”, que tem edição marcada para Abril. “Ele escolhe cantar temas do Sérgio Godinho, letras do Jacinto Lucas Pires ou mesmo do Fernando Pessoa”, afirmou, exemplificando que Fernando Pessoa era “uma pessoa com imenso humor”.
O dia 25 de Abril será assinalado no Teatro Viriato com o projecto “Nazaré – Não a cidade, a mulher”, uma espécie de “concerto cantado” por Katharina Franck e Nuno Rebelo.
Paulo Ribeiro frisou aos jornalistas haver no Teatro Viriato a preocupação de “mergulhar profundamente na vida para dela retirar algo” que deixe os espectadores bem dispostos, mas também a reflectir. Exemplificou com o “Projecto 3008” (título provisório), junto da comunidade escolar, que reunirá em palco cerca de 40 alunos do 12.º ano da Escola Secundária Emídio Navarro e do 6.º ano da Escola Básica 2/3 Infante D. Henrique, com quatro intérpretes profissionais.
O responsável congratulou-se, por, das últimas duas temporadas até hoje, o Teatro Viriato estar “a reviver os belos tempos” do seu início, há 10 anos, “em que as pessoas corriam à bilheteira, havia uma procura desenfreada de bilhetes, rumores de as coisas estarem sempre esgotadas”.
Fonte: As Beiras
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