Miguel Honrado, actual director artístico do Teatro Viriato e consultor artístico desta instituição a partir de Setembro, foi recém-eleito, por unanimidade, presidente do Conselho de Administração da Iris até 2008 (eleições bienais), representando o Teatro Viriato nesta associação, da qual é co-fundador, e exercendo em regime de voluntariado as referidas
funções.
A Íris - Associação Sul Europeia para a Criação Contemporânea foi constituída no dia 26 de Novembro de 2004, em Madrid, e congrega cerca de 60 organizações ligadas à criação cénica contemporânea, sua programação e difusão, oriundas de quatro países do Sul da Europa Ocidental: Espanha, França, Itália e Portugal. Os últimos dois anos foram de consolidação da
associação, especialmente no que toca ao conhecimento recíproco dos seus membros e à dotação dos meios operativos necessários ao seu crescimento e desenvolvimento.
A ideia de criação de uma associação com tal expressão geográfica surge, por um lado, do sucesso alcançado pela experiência de cooperação cultural no âmbito do "espectáculo vivo", iniciada desde os anos 90 entre França e Itália e cujos bons resultados sugeriram o seu alargamento a Espanha e Portugal. Tal necessidade tornou-se ainda mais clara ao longo da primeira edição do Festival Mira, realizada em Toulouse em 2004, traduzindo-se na emergência de conferir visibilidade internacional à criação contemporânea, designadamente a uma geração mais recente de criadores espanhóis e portugueses.
Numa primeira fase Íris "pretende ser um fórum de reflexão sobre o futuro da criação contemporânea no contexto singular dos países do sul da Europa, marcados por uma grande instrumentalização dos poderes políticos sobre o desenvolvimento cultural, resultando em políticas erráticas, instáveis, frequentemente destituídas de qualquer visão prospectiva a médio e longo prazo. A esta situação associam-se, no caso de Portugal e Espanha, particularidades ligadas a longos períodos ditatoriais, que marcaram a sua História mais recente, e cujo termo deu origem a sistemas políticos democráticos que exibem, ainda, algumas importantes fragilidades estruturais.", explica Miguel Honrado.
Íris pretende desenvolver a sua actividade prosseguindo duas linhas >fundamentais. Uma tem como objectivo conferir uma nova voz à criação cénicacontemporânea, que permita o relançamento de um diálogo mais frutuoso, visível e eficaz com os decisores políticos, quer a nível nacional quer a nível comunitário e europeu. Por outro lado, pretende no seu seio, e
partindo da transversalidade e da visão holística que caracteriza esse domínio de criação artística, reflectir e encontrar novas fórmulas de encontro entre artistas, espaços de apresentação e respectivos públicos.
Miguel Honrado frisa que o facto de a presidência da Íris estar, nos próximos dois anos, sob responsabilidade portuguesa, "constitui, em nosso entender, uma oportunidade importante para Portugal, país em que as políticas culturais de cooperação e internacionalização são ainda muito
incipientes, mormente no âmbito da criação contemporânea. Por fim, a conjuntura política que se avizinha em termos comunitários, quer com a Presidência Portuguesa da União, no segundo trimestre de 2007, quer com a implementação do novo quadro de fundos estruturais 2007-2013, é quanto a nós determinante para o lançamento de um novo ciclo de consolidação da
União impondo-se, portanto, uma avaliação do papel preponderante que a cultura e a criação artística poderão alcançar neste contexto. Acreditamos que a Íris poderá ter, neste âmbito, uma acção determinante."
As instituições envolvidas poderão criar sinergias entre si e levar a cabo projectos culturais específicos da sua inteira e exclusiva responsabilidade.
Essas parcerias só são possíveis devido ao encontro e reflexão que a rede Iris proporciona.
Fonte - Teatro Viriato
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