Pretendendo assinalar o Dia da Cidade, celebrado a 4 de Julho, os núcleos museológicos afectos ao Departamento de Cultura (Colecção Telo de Morais, Núcleo da Cidade Muralhada e Colecção Lousã Henriques) estarão de portas abertas, proporcionando a todos quantos elejam Coimbra como destino turístico entradas gratuitas.
Mas o Dia da Cidade é também habitualmente marcado pela inauguração de exposições nos diferentes espaços municipais. Organizadas pelo Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, este ano, são três as novas propostas: A Arte Sacra na Colecção Telo de Morais, no Edifício Chiado; Vestígios da Muralha de Coimbra, na Torre de Almedina e Testemunhos de Arqueologia, na Torre de Almedina (ambos na Sala do Arco).
- Edifício do Chiado
A primeira exposição a inaugurar é a do Edifício Chiado, às 19horas, seguindo-se as outras duas inaugurações, na Torre de Almedina, previsivelmente, pelas 19:30.
A mostra de Arte Sacra que estará patente na Galeria de Exposições Temporárias do Edifício Chiado é uma homenagem à Rainha Santa Isabel, apresentando vinte e duas peças, algumas das obras mais significativas de um dos seis núcleos do acervo da Colecção permanente Telo de Morais, que se encontra no segundo andar do Edifício Chiado.
A Arte Sacra na Colecção Telo de Morais insere-se na maneira de criar e entender a Arte. Sacra, de sagrado, logo relacionada com a vida da fé, impregnada da serenidade dos Evangelhos, alimentada duma forte substância teológica, que acolhe os movimentos mais sensíveis da alma, e os místicos que conduzem à santidade, ao culto da dor e da morte. Arte sacra que envolve uma concepção do espaço, da forma, da cor, dimensionando uma luz quente e misteriosa, o imaginário, a força da liturgia cristã, a mitologia, a crença no espiritual. Arte sacra que abrangerá uma relação entre o divino e o terreno.
As peças escolhidas materializam uma diversidade de temas religiosos, da autoria de diferentes artistas, que se estendem por várias épocas e estilos, onde o misticismo da liturgia cristã se apodera das obras trazidas ao espaço expositivo para fruição do público. Com esta exposição apresenta-se, assim, uma pequena e despretensiosa amostra de Arte Sacra Cristã, facultando aos visitantes a apreciação de obras de Pintura e Escultura.
No âmbito da Pintura, salientam-se uma obra de Simão Rodrigues (Séc. XVI-XVII) – "Apresentação do Menino Jesus no Templo" e outra de Bento Coelho da Silveira (Séc. XVII) – "Descanso na fuga para o Egipto" (Quadro exposto no Palácio da Ajuda e reproduzido no respectivo catálogo). A imaginária é, na sua maioria, talhada em madeira, policromada e dourada, dos séc. XVII e XVIII.
Quanto ao conjunto das obras em terracota, exibem-se três, a principal das quais é uma muito original representação da Rainha Santa Isabel cuja fotografia serviu de cartaz das Festas da Cidade há alguns anos.
Relevo especial merece a peça mais antiga, uma imagem esculpida em mármore "Santana e a Virgem" (ao colo e de livrinho na mão), estilo gótico francês do séc. XV, uma peça que foi exposta no grupo do Museu Nacional de Arte Antiga da Europália.
As outras sucedem-se na hierarquia de valores espirituais e de períodos concretos, provocando uma unidade estética, em que a coordenação visual dos diferentes elementos se manifesta na composição por intermédio de três factores: a harmonia, o ritmo e o equilíbrio.
Esta exposição pretende contribuir para o enriquecimento artístico/cultural do cidadão, sublinhar a riqueza da Arte Sacra como componente importante que tem percorrido gerações, estilos, civilizações, artistas, coleccionadores e críticos.
A exposição estará patente até ao dia 1 de Outubro de 2006, de Terça a Sexta-feira (das 10h00 às 18h00); Sábado, Domingo e Feriado (das 11h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00).
- Torre da Almedina
Na Sala do Arco da Torre de Almedina (Pátio do Castilho), a exposição documental "Vestígios da Cidade de Coimbra" representa a estrutura defensiva da cidade de Coimbra
A muralha construída, reconstruída e destruída ao longo dos séculos, teve a sua época áurea nos séculos XII-XIII. Referido nas fontes documentais islâmicas como inexpugnável, o sistema defensivo da Al-medina (a cidade) influenciou a história e a estrutura urbana de Coimbra. A partir de documentos e dos vestígios existentes reconstituiu-se a muralha desaparecida, as suas portas e torres.
O desenho de Pier Maria Baldi, de 1669, representa um dos principais documentos utilizados para reconstituir Coimbra antiga. Em conjugação com outras fontes, o pormenor e precisão do desenho foram preciosos utensílios para se reconstituir o puzzle da muralha desaparecida.
Deste modo, confrontam-se imagens, documentos, relatos, vestígios, testemunhos arqueológicos e marcas urbanísticas para que se chegue ao traçado da antiga construção militar que conferiu a Coimbra a sua relevância na Época Medieval. Destacam-se, neste rol de documentos o Arco de Santo Agostinho, a Torre da Contenda e o Arco da Porta da Traição.
No sentido de tornar o tema mais apelativo e elucidativo para o público escolar, serão efectuadas actividades lúdico-pedagógicas (mediante marcação para o telefone nº239833771).
Esta exposição estará patente até Dezembro de 2006.
"Testemunhos de Arqueologia" é a mostra que estará presente também na Torre de Almedina, onde se revela uma amostra dos vestígios arqueológicos que foram sendo recolhidos nos trabalhos arqueológicos promovidas pelo Gabinete de Arqueologia, Arte e História da Câmara Municipal de Coimbra, desde há quatro anos a esta parte.
A criação do Gabinete de Arqueologia, Arte e História do Município reflecte a preocupação de planeamento e gestão territorial, devidamente estruturada e com meios técnicos adequados à crescente necessidade do conhecimento patrimonial.
Desse trabalho, e atendendo à crescente necessidade de se efectuarem estudos arqueológicos, sob o ponto de vista científico, sobretudo, na área urbana, onde a topografia estava a ser amplamente alterada, pelo avolumar de obras em que a Autarquia se envolvia, resultaram as peças que serão, agora, apresentadas publicamente, de que se destacam os pesos de tear romanos, a cerâmica doméstica (de vários períodos) e vários elementos arquitectónicos.
Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos pelo Gabinete de Arte e História são associados a diversos programas de recuperação arquitectónica e reabilitação da malha urbana no centro histórico da cidade, assim como nas freguesias do concelho (S. Martinho de Árvore, Eiras, Santo António dos Olivais, Souselas, Taveiro, entre outras), no intuito de que sejam salvaguardadas as pré-existências arqueo-patrimoniais, contribuindo, desta forma, para a consolidação de um serviço municipal específico direccionado para o estudo da Arqueologia.
Fonte - Câmara Municipal de Coimbra
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