É, de novo, uma viagem ao universo de Pessoa que Ricardo Pais propõe com a peça “Turismo Infinito”. Duas décadas depois de “Fausto. Fernando. Fragmentos”, o encenador regressa ao universo do poeta para construir um espectáculo que é “diverso”, num propósito que assumiu desde logo e que, de acordo com todas as evidências e as muitas opiniões, conseguiu completamente.
Quase 10 mil espectadores após a estreia no palco do Teatro Nacional de S. João, em Dezembro de 2007, e antes de dar início a uma carreira internacional que deverá prolongar-se até 2010, “Turismo Infinito” estará esta noite, às 21H30, no Teatro Aveirense para uma apresentação que não é aconselhável perder.
“Turismo Infinito” é, a julgar até pela entrega do público e pelo número de espectadores entretanto conseguidos, uma das mais extraordinárias e conseguidas revisitações à obra do autor e dos seus heterónimos. Conduzida por Ricardo Pais a partir de uma selecção de textos assinada por António M. Feijó, a produção do Teatro Nacional de S. João, no Porto, estreada a 7 de Dezembro último, foi entretanto apresentada no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, no Teatro Municipal de Faro, e no Theatro Circo, em Braga.
Depois da apresentação desta noite, em Aveiro, “Turismo Infinito” voltará ao Porto para mais uma temporada – 25 Março a 12 Abril – e rumará, ainda em Abril, ao espaço La Comédie de Reims, em França, dando início a uma prolongada carreira internacional.
No dispositivo cénico da autoria de Manuel Aires Mateus – recentemente distinguido com o prestigiante Contractworld Award e a ser mostrado no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, na exposição “Teatro e Cenografia” –, cabe ao elenco constituído por João Reis (Álvaro de Campos), Emília Silvestre (Ofélia Queirós), Pedro Almendra (Fernando Pessoa), José Eduardo Silva (Bernardo Soares) e Luís Araújo (Alberto Caeiro) “acrescentar densidade dramática”, levando à cena “alguns dos impulsos e ritmos maiores” da obra de Pessoa através de textos de Bernardo Soares, Álvaro de Campos, do próprio Fernando Pessoa, Alberto Caeiro e Ofélia Queirós.
“Turismo Infinito”, de António M. Feijó a partir de textos de Fernando Pessoa e três cartas de Ofélia Queirós, conta ainda com os figurinos de Bernardo Monteiro, desenho de luz de Nuno Meira, sonoplastia de Francisco Leal, voz e elocução de João Henriques.
Fonte: As Beiras
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