O Acto Seguinte – Festival de Teatro da Guarda - começa no dia 1 de Setembro com um espectáculo no exterior, pelo Circo Efímero, junto da entrada de artistas do Teatro Municipal da Guarda (TMG).
No dia seguinte, sobe ao palco do Pequeno Auditório, a peça “Pan com Pan”, do Zanguango Teatro (Espanha). Um espectáculo onde se misturam o abrigo”, os “sem terra”, aqueles que estão à margem da corrente da vida, ou melhor, aqueles a quem a onda da vida deitou abaixo, para o fundo. Quatro indigentes que habitam um beco sem saída, ou um solar abandonado, ou um pátio, inventam uma falsa realidade para poder aguentar o olhar no espelho todas as manhãs.
“3rd City”, Cie Birte Brudermann Teatro Visual (Áustria) dá continuidade ao Festival, no dia 8, com a estreia da peça em Portugal. Heinrich Schwesters é um importante homem de negócios que nos revela o seu dia a dia privado a partir do espaço limitado de um quadrado. Esta é a primeira de várias sequências, em que as personagens desfilam em espaço limitado, dando ao público a sensação de estar a apreciar uma galeria onde os diferentes quadros expostos nos transportam para diferentes situações e personagens.
O Teatro Experimental de Cascais apresenta, no dia 16 de Setembro, no Grande Auditório, “Inês de Portugal – Coroa de amor e Morte”. A peça escrita em 1955, em Buenos Aires, durante o exílio de Alejandro Casona, conjuga todas as influências dos talentos do autor. Conta a trágica história do amor do par romântico mais célebre da cultura portuguesa.
Cendrev traz, no dia 22, “A segunda surpresa do Amor”. A peça foi criada em Dezembro de 1727 e até ao fim do século XIX foi representada 260 vezes na Comédie Française. Marivaux é um crítico feroz que, escudado na enorme elegância da sua escrita, vai pondo a nu o que havia de conduzir à queda do Ancien Régime e ao triunfo da Burguesia simbolizada em três personalidades que, no fundo, se degladiam e nunca se complementam: uma Marquesa, um Cavaleiro e um Barão, todos mergulhados num ócio elegante e dois criados, espelhos dos patrões, que vão ser a futura burguesia da Revolução.
Nos dias 27,28, 29 e 30 a estrutura de produção teatral do TMG Projec~(til) dá a conhecer o seu primeiro trabalho “E outros Diálogos” de João Camilo, no Pequeno Auditório. Como o próprio João Camilo escreve: “tento transmitir nestas peças curtas uma visão idealizada e estilizada (o que não quer dizer “embelezada” - evite-se o bonito e o simpático) da realidade; tento pôr discretamente, quase silenciosamente, em cena os conflitos do desejo, da alegria, do amor e do ódio”.
Mais direccionado para crianças o grupo Títeres de Maria Parrato (Espanha) leva a cena, no dia 4 de Outubro, “Ping – o pássaro que não sabia voar”. Ping é branco e preto, vive no frio e dá calor, é um pássaro e não sabe voar, nasceu sozinho e não sabe bem quem é. O sonho de voar fá-lo descobrir que o mundo à sua volta, que parece tão difícil e cheio de obstáculos, é afinal um jogo divertido. Assim, de pássaro ridículo que não consegue voar, Ping transforma-se numa criatura maravilhosa do fundo do mar.
“A Garrafa”, de Manuel Poppe e Valdemar Santos, encerra, no dia 11 de Outubro, o Acto Seguinte.
Fonte : Diário da Guarda
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