Estes fenómenos afectam sistematicamente a vida da cidade contemporânea, na medida pela qual são a asserção de sintomas que se prendem à sua própria vulnerabilidade.
A vulnerabilidade, sendo um dos aspectos mais expostos na condição actual das cidades, acaba também por funcionar como agente potencial de regeneração e a arquitectura faz parte activa desse processo.
A arquitectura pode nesse sentido representar o sedimento, a vontade de integrar esse processo mais dilatado no tempo.
Essa condição sublinha não a sua auto-referencialidade mas o sistema de relações entre objectos, que se traduz no espaço de relação, nos vazios onde se exerce cidadania e onde a cidade atinge o seu real significado.
A cidade é um fenómeno dinâmico e por isso vivo, representando um palco de complexas interacções onde a arquitectura actua como agente transformador dos espaços.
Os projectos apresentados procuram ilustrar a capacidade dinâmica e regeneradora que contraria a visão estática do tempo e da urbanidade, arriscando aceitar temporalidade em vez de tempo e por isso actuar de forma discreta na lenta transformação da cidade ou, num sentido mais vasto, do território.
E por isso julga-se que o contributo que estes projectos podem, poderão ou poderiam, ter é o da capacidade de interferência, da construção de presenças estruturantes, interagindo nas “Paisagens” e, sobretudo, nelas participar, injectando vitalidade e provocando reacções.
Gonçalo Byrne
Fonte: Museu Nacional Machado de Castro
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