O local dedicado ao estudo da arquitectura militar encontra-se a funcionar nas recém-restauradas Portas do Revelim de Santo António da praça-forte da "estrela do interior", representando um investimento de 250 mil euros, comparticipados pelo Programa Operacional da Cultura. Porém, numa primeira fase, a autarquia investiu cerca de 130 mil euros em obras de impermeabilização do edifício, com o apoio do programa de cooperação comunitária Interreg III-A.
O espaço é composto por um pequeno auditório e uma sala destinada à investigação histórica da vila amuralhada.«Este era um espaço necessário para que quem visite Almeida fique a conhecer melhor a sua história», sublinhou o autarca. Na infra-estrutura, destinada à investigação, a autarquia pretende instalar um arquivo histórico onde os visitantes poderão consultar os dados e acontecimentos históricos da vila. No entanto, esta sala só deverá começar a acolher investigadores e turistas depois da autarquia ter reunido o espólio necessário para apetrechar o espaço. Já o auditório começa a funcionar de imediato.
O edil almeidense lembrou ainda que o Centro de Estudos será, no futuro, um espaço que estará diariamente aberto ao público e que «será uma forma de dar um contributo para que mais gente possa visitar Almeida».
Com o objectivo de rentabilizar o espaço e, simultaneamente, promover a vila, a autarquia pretende celebrar protocolos com as instituições de ensino superior da região, nomeadamente com as Universidades da Beira Interior e de Salamanca, bem como com o Instituto Politécnico da Guarda.
Recorde-se que Almeida reviveu a invasão pelas tropas francesas, que em 1810 tomaram de assalto a vila. Segundo os relatos históricos, as tropas de Napoleão chegaram à fronteira portuguesa no dia 25 de Junho de 1810 e o primeiro confronto entre as forças de Wellington e Massena ocorreu a 24 de Julho, na Ponte do Côa, dando início ao cerco da vila fronteiriça. Ao final da tarde de 26 de Agosto daquele ano, duas bombas caíram no interior do castelo e o paiol explodiu, destruindo o edifício, a igreja matriz, causando um elevado número de baixas civis e militares. Destruída a capacidade defensiva da Praça, as tropas portuguesas acabaram por se render. A praça-forte de Almeida só viria a ser recuperada em 1811, pelas tropas de Wellington. Em 2006, a Aldeia Histórica recebeu cerca de 80 mil turistas, num número que poderá ser ainda superior, já que nem todos terão passado pelo posto de turismo.
Fonte: O Interior
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