O Museu Histórico-Militar, projectado pela Câmara Municipal de Almeida para as antigas Casamatas da Vila Histórica, deverá ser inaugurado em Junho deste ano, constituindo mais um motivo para atracção de visitantes.O presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro, adiantou ao Jornal A Guarda que neste momento, estão a ser finalizadas as obras de impermeabilização da cobertura das Casamatas (espaços subterrâneos construídos à prova de bombas do século XVIII, que ocupavam uma ampla área, dividida em vinte salas e corredores) para ali ser instalado o espaço museológico que, garante, será “um Museu vivo”.
As Casamatas que no passado serviram de prisões políticas, de armazém de viveres para os soldados da fortaleza e de refúgio para a população em situações de ataque, têm sido alvo de obras, que se arrastam há vários anos, envolvendo, para além da Câmara Municipal, o ex-IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico).
Segundo a Câmara Municipal, o futuro Museu terá quatro grandes áreas: preservação do património existente, educação e cultura, estudo e preservação e musealização.
O autarca António Baptista Ribeiro recorda que o processo conheceu atrasos devido ao processo de impermeabilização das coberturas do complexo histórico localizado junto da denominada Porta Nova, próximo do actual quartel dos Bombeiros: “Houve problemas com a impermeabilização da cobertura e não se podia avançar para a musealização sem resolver o problema da cobertura. Felizmente, isso já está tudo ultrapassado. Depois de muitas diligências, finalmente temos uma resolução, as obras estão a avançar a bom ritmo e estão praticamente concluídas. Já avançámos com o projecto de lavagem das paredes e tectos interiores. Grande parte do material (vitrinas e manequins) já o temos em armazém, já está tudo pronto”.
Casamatas estão a ser recuperadas para Museu Histórico-Militar “Espero que, se tudo correr bem, possamos abrir o Museu em finais de Junho”, adiantou o autarca ao Jornal A Guarda, dando conta que poderá ser visitado aquando das comemorações do Cerco de Almeida, no mês de Agosto. Tal como tem acontecido em anos anteriores, o cerco de Almeida, ocorrido durante as Invasões Francesas, será recriado com a participação de recriadores nacionais, espanhóis, ingleses e franceses. Este ano, terá também lugar, a 23 de Agosto, a comemoração da Batalha de Fuentes de Onõro (Espanha), junto a Vilar Formoso, num local que ficou conhecido por “Alto dos Ataques”, denominação que ainda hoje mantém.
Câmara garante um “Museu vivo”
António Baptista Ribeiro garante ao Jornal A Guarda que o futuro Museu Histórico-Militar “não vai ser um Museu tradicional. Vai ter manequins e peças valiosas mas, vai ser um Museu vivo”. “Já temos adjudicada toda a parte de multimédia. Em cada sector e sala, vamos ter a História de Portugal, desde a Idade Média até aos tempos contemporâneos, dando grande destaque às Guerras Peninsulares, à invasão e ao cerco de Almeida”, explicou.
Também adiantou que o público poderá visitar “várias salas temáticas” que permitirão fazer uma viagem ao passado de Almeida, de Portugal e do Mundo. O autarca referiu que a obra só agora fica concluída porque conheceu vários atrasos, recordando que as antigas Casamatas já sofreram diversas intervenções porque, durante os meses de Inverno, como o “telhado” é construído em granito, eram um autêntico “cesto roto”. “No Inverno havia humidades e escorrências pelas paredes, o espaço não era funcional”, recordou, dando conta que “houve um período longo de várias empreitadas relacionadas com a impermeabilização, mudança de portas, lavagem de paredes, instalação de sanitários e de um bar de apoio aos visitantes.
As obras ainda não terminam com a instalação do Museu Histórico-Militar, pois segundo o presidente da Câmara, seguem-se os projectos relacionados com a instalação de material electromecânico e de uma esplanada num jardim existente no interior do complexo das Casamatas.
A intervenção já realizada representa custos da ordem dos 2,5 milhões de euros, registando uma comparticipação entre os 70 e os 75 por cento, sendo algumas das intervenções da responsabilidade do ex-IPPAR.
Fonte: Kaminhos
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