
«Fui um adolescente com fama de doente, porque com as pesetas que o meu pai me dava, aos domingos, não era possível aguentar até depois das duas da tarde. Então, ficava doente todos os domingos. Sempre tive fama de excêntrico porque inventei um mito à volta dos meus calções de pano e conquistava as raparigas devido ao facto de não usar nunca gravata. Inventei também todo um sistema para roubar livros, precisava deles como de pão... para mim ler era uma febre. Eu não tinha um mundo; estava destroçado, dividido em mil mundos e tive que construi-lo à força de canções. Agora, quando acordo todos os dias, nunca penso no que vou fazer, mas sim em tudo aquilo que não vou poder fazer. Precisava que cada um dos meus dias tivesse setenta e duas horas. Porque me habituei a encher à força o que estava vazio».
Sábado, 16 de Maio às 21H30
Grande Auditório
Música / 10€ / 75M / M4
Fonte: Teatro Municipal da Guarda
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