sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Andy Warhol, 20 anos depois - Homenagem na Casa Municipal da Cultura de Coimbra

O Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra assinala os 20 anos da morte de Andy Wahrol (22 de Fevereiro de 1987, em Nova Iorque), com acções a decorrer, ao longo do dia 22 de Fevereiro (Quinta-feira), na Casa Municipal da Cultura.

A iniciativa, de carácter transversal, uma vez que abrange as várias vertentes do percurso artístico que Warhol seguiu, arranca às 10:30, com a exibição do filme "Empire"(Império), de sua autoria, que tem duração de oito horas, sendo que a projecção será feita de hora a hora (até às 18h00), na Sala Polivalente da Casa da Cultura. No início dos Anos 60, Andy Warhol filmou o "Empire State Building" do nascer ao pôr do Sol, numa altura em que realizava fundamentalmente filmes experimentais, propositadamente muito simples e aborrecidos.

A Música entra na programação pelas 18:00, com a interpretação de 4'33", de John Cage, por Paulo Eno ao piano, na Sala Polivalente da Casa da Cultura. No mesmo dia abre ao público, junto à Sala Polivalente da Casa Municipal da Cultura (no espaço Ferrer Correia), a exposição bibliográfica e iconográfica "Andy Warhol - 20 anos depois", que apresentará desde livros, vídeos e discos a objectos que o próprio criou e que exprimem a vivência de Wahrol no mundo das Artes, sobretudo associados à Pop Art (movimento de que foi percursor) como é o caso de uma gravata, um lápis, uma caneta, perfumes, um desodorizante, entre muitos outros objectos. A mostra estará patente de 22 a 27 do mês em curso, de Segunda a Sexta, das 9h00 às 18h30; ao Sábado, Domingo e Feriado, das 10h00 às 18h30.

Andy Warhol, destacado artista que começou por desenhar sapatos para a revista "Glamour" em 1949 e, posteriormente, anúncios para as revistas "Vogue" e "Harper's Bazaar", assim como capas de livros e cartões de agradecimento, realizou a sua primeira exposição em 1952, na Hugo Gallery, sob o tema "15 Desenhos baseados nos escritos e Truman Capote", uma exposição que foi a rampa de lançamento para mostrar a sua obra na Europa e na Ásia.
Atacado por uma doença do sistema nervoso central que o tornou muito tímido, cedo passou a usar uma peruca branca, bem visível por cima do seu cabelo escuro.

Recorrendo a métodos de produção de massa, Wahrol realizou a sua primeira obra em série usando as latas da sopa "Campbell's" como tema, seguindo-se as garrafas de "Coca-Cola" e as notas de "Dólar". Na tentativa de ser o mais industrial possível, passou a usar pessoas universalmente conhecidas, em vez de objectos de uso massificado. São disso exemplo Jacqueline Kennedy, Marilyn Monroe, Mao Tse-Tung, Che Guevara ou Elvis Presley que suscitaram obras artísticas de enorme sucesso. A técnica que Wahrol usava baseava-se em pintar grandes telas com fundos, lábios, sobrancelhas, cabelo, etc., berrantes, transferindo por serigrafia fotografias para a tela. Nos finais dos anos 60 a sua pintura voltou-se para o abstraccionismo e o expressionismo, tendo criado a famosa série de pinturas "Oxidation".

Na área Cinematográfica, além de "Empire", Andy Wahrol destacou-se pela realização de "Sleep" (1963) e "Chelsea Girls" (1966), que mostra duas fitas lado a lado documentando a vida na "Factory" (The Factory foi a designação dada ao seu estúdio permanente, em aproximação à sua tentativa de "viver como uma máquina"), tendo sido este o primeiro filme underground a ser apresentado numa sala de cinema comercial. Wahrol foi também produtor do grupo de rock-and-roll "Velvet Underground", que protagonizou o famoso espectáculo "Exploding Plastic Inevitable", que utilizava a música do grupo e os filmes do artista e que entrou na história ao dar o nome à revolução checa de 17 de Novembro de 1989, que derrubou pacificamente o regime comunista - a "Velvet Revolution".

Artista com grande popularidade junto da comunicação social, além de ter escrito livros - a sua autobiografia [("The Philosophy of Andy Warhol (From A to B and Back Again)"] foi publicada em 1975 - criou a revista "Interview", apoiou jovens artistas em início de carreira e apresentou programas televisivos. Faleceu aos 58 anos, a 22 de Fevereiro, durante o período pós operatório de uma intervenção cirúrgica à vesícula. Era célebre há 35 anos e deixou-nos uma das suas frases mais conhecidas: "In the future everyone will be famous for fifteen minutes".

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