quarta-feira, 20 de maio de 2009

23/05 | 21:30 |"Tambores na noite" de Bertolt Brecht no Teatro Aveirense


“Nós, os que trocámos mais vezes de terra que de sapatos…” A frase aplica-se tanto a Bertolt Brecht – forçado a exílios vários – como a Kragler, o herói falhado de Tambores na Noite, a segunda peça escrita pelo dramaturgo, a primeira a conhecer o palco. Soldado que regressa a casa após ter sido feito prisioneiro e enviado para África, Kragler adere à Revolução Espartaquista, a cujos ideais acabará por virar as costas em favor de um bem comezinho: a “grande cama, branca e larga”.

Ao inscrever as iniciais B.B. na lista de autores produzidos pelo Teatro Nacional São João, Nuno Carinhas opta por uma peça escrita na época em que Brecht não se submetera ainda ao espartilho da ortodoxia, fruto de uma juventude desabrida, mais próxima de Rimbaud que de Lenine. De Tambores na Noite o encenador extrai a ocasião favorável para – recordemos a extroversão vicentina de Beiras (2007) – continuar a experimentar a energia do elenco, explorando a coralidade de um texto que começa na sala de jantar para, mais tarde, nos lançar em plena rua, sob o signo de uma lua vermelha…

O primeiro Brecht produzido pelo Teatro Nacional São João torna-se também – por ocasião da sua estreia no TNSJ – a primeira encenação de Nuno Carinhas enquanto Director Artístico da Casa. Depois de uma temporada no Porto, o errante soldado Kragler, a sua noiva & Cia. marcham (“Marchar! Sempre a marchar!”, vocifera o herói) em direcção a outras paragens, a Norte e a Sul: primeiro Guimarães, em seguida Aveiro e Portimão.

De Tambores na Noite – obra que Bertolt Brecht compõe na ressaca da Revolução Espartaquista, mandando às urtigas tanto ideais políticos como a academia e o teatro do seu tempo – o encenador extrai a ocasião favorável para experimentar a energia, coralidade e liberdade de um texto simultaneamente romântico e anti-romântico, fruto de uma juventude desabrida, mais próxima de Rimbaud que de Lenine.

FICHA ARTÍSTICA
De Bertolt Brecht. Tradução Claudia J. Fischer. Encenação e Cenografia Nuno Carinhas. Figurinos Bernardo Monteiro. Desenho de Luz Rui Simão. Desenho de Som Joel Azevedo. Preparação Vocal e Elocução João Henriques. Colaboração Musical António Sérgio. Interpretação Emília Silvestre, Fernando Moreira, Joana Manuel, João Castro, Jorge Mota, José Eduardo Silva, Luís Araújo, Marta Freitas, Paulo Freixinho, Pedro Almendra, Pedro Frias, Sara Carinhas e Pedro Jorge Ribeiro. Produção TNSJ. Classificação Etária Maiores de 12 anos.

Para mais informações:
Assessoria p/ Comunicação Social ll Marta Santos
Tlf. 234.379.805 ou 234.400.920
Mail. msantos@teatroaveirense.pt
Site. http://www.teatroaveirense.pt

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