O Nobel português cumpriu uma viagem que atravessou a Beira Interior. Pernoitou em Figueira de Castelo Rodrigo.
O escritor José Saramago partiu sexta-feira com «os amigos de Salomão», para Valladolid, depois de pernoitar na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo e lançar o desafio de unir o conjunto de aldeias históricas da Beira Interior num itinerário. «Que o Salomão possa contribuir para isso», disse à Agência Lusa, reconhecendo a importância que provocou nos locais que escolheu para esta sua viagem. O autor galardoado com um Nobel prefere «não fazer acreditar as pessoas que o elefante passou por aqui ou por ali», bastando-lhe no seu entender «dizer-lhes que podia ter passado».
António Edmundo, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, acredita que Saramago «acaba de promover um roteiro por aldeias e vilas que reclamam hoje, como ontem, um novo olhar». «Em Dezembro de 2008, lançámos o repto a Saramago de refazer o percurso do elefante Salomão, e em boa hora a fundação preparou essa viagem entre o Tejo e o Douro, a um Portugal onde a água já não tem sal e deve ser bebida», disse à Lusa. «Estamos motivados, juntamente com a Fundação, para estabelecer no território um roteiro transversal de Lisboa à fronteira e mesmo a Valladolid, numa potencial rota de cultura e de saber que pode e deve ser fruída por outros», afirmou.
Fechando um périplo de dois dias «pela rota portuguesa de Salomão», Saramago chegou quinta-feira, ao princípio da noite, a Figueira de Castelo Rodrigo debaixo de uma forte intempérie que deixou a cidade sem luz. Depois de dormir na antiga hospedaria dos monges da ordem de Cister, junto ao Convento de Santa Maria de Aguiar, foi um Saramago revigorado que passeou num dia soalheiro por Castelo Rodrigo, localidade fronteiriça que retrata no livro “Viagem do Elefante” .
Saramago não vinha a Castelo Rodrigo desde 1979, altura em que preparava o livro “Viagem a Portugal”, editado em 1982, e recordava «uma imagem de um lugar em decadência, um ambiente de tristeza, de algo num processo lento de desmoronamento». «Hoje estou com uma sensação consoladora, porque o Castelo Rodrigo arruinado e decadente que eu conheci mudou completamente, e levo outra ideia do que pode ser o futuro desta região», sublinhou. Sobre a região, o Nobel português salientou à Lusa a importância das relações transfronteiriças, notando que os povos raianos «se estão nas tintas para as supostas questões que opõem um país a outro país». «De um lado e de outro eles comunicam-se entendem-se e casam-se uns com os outros», concluiu.
Diário XXI
Fonte: Guarda.pt
O escritor José Saramago partiu sexta-feira com «os amigos de Salomão», para Valladolid, depois de pernoitar na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo e lançar o desafio de unir o conjunto de aldeias históricas da Beira Interior num itinerário. «Que o Salomão possa contribuir para isso», disse à Agência Lusa, reconhecendo a importância que provocou nos locais que escolheu para esta sua viagem. O autor galardoado com um Nobel prefere «não fazer acreditar as pessoas que o elefante passou por aqui ou por ali», bastando-lhe no seu entender «dizer-lhes que podia ter passado».
António Edmundo, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, acredita que Saramago «acaba de promover um roteiro por aldeias e vilas que reclamam hoje, como ontem, um novo olhar». «Em Dezembro de 2008, lançámos o repto a Saramago de refazer o percurso do elefante Salomão, e em boa hora a fundação preparou essa viagem entre o Tejo e o Douro, a um Portugal onde a água já não tem sal e deve ser bebida», disse à Lusa. «Estamos motivados, juntamente com a Fundação, para estabelecer no território um roteiro transversal de Lisboa à fronteira e mesmo a Valladolid, numa potencial rota de cultura e de saber que pode e deve ser fruída por outros», afirmou.
Fechando um périplo de dois dias «pela rota portuguesa de Salomão», Saramago chegou quinta-feira, ao princípio da noite, a Figueira de Castelo Rodrigo debaixo de uma forte intempérie que deixou a cidade sem luz. Depois de dormir na antiga hospedaria dos monges da ordem de Cister, junto ao Convento de Santa Maria de Aguiar, foi um Saramago revigorado que passeou num dia soalheiro por Castelo Rodrigo, localidade fronteiriça que retrata no livro “Viagem do Elefante” .
Saramago não vinha a Castelo Rodrigo desde 1979, altura em que preparava o livro “Viagem a Portugal”, editado em 1982, e recordava «uma imagem de um lugar em decadência, um ambiente de tristeza, de algo num processo lento de desmoronamento». «Hoje estou com uma sensação consoladora, porque o Castelo Rodrigo arruinado e decadente que eu conheci mudou completamente, e levo outra ideia do que pode ser o futuro desta região», sublinhou. Sobre a região, o Nobel português salientou à Lusa a importância das relações transfronteiriças, notando que os povos raianos «se estão nas tintas para as supostas questões que opõem um país a outro país». «De um lado e de outro eles comunicam-se entendem-se e casam-se uns com os outros», concluiu.
Diário XXI
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