Assim, a população residente e visitante de Coimbra poderá degustar preciosas iguarias gastronómicas que já deliciaram Eça, Torga e Aguiar, em contacto directo com as respectivas passagens literárias onde surgem mencionadas. Os restaurantes aderentes estão dispersos pela cidade de Coimbra e serão identificados com sinalética exterior alusiva ao evento.
“Cozinha de Escritores – Semana Gastronómica de Coimbra” é um evento realizado pela primeira vez pela Turismo de Coimbra, E.M., com produção da Essência do Vinho e os apoios da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e da Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro.
O consultor gastronómico da iniciativa é o chefe de cozinha Luis Lavrador e o consultor literário é o professor Albano Figueiredo.
RESTAURANTES ADERENTES
Panorama | Hotel D. Luis
Quinta da Várzea
3040-091 Coimbra
T. 239 802 120 | M. mauro.mota@hoteldluis.pt
Diariamente das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 22h30
Magistrado | Hotel Tryp Coimbra
Av. Armando Gonsalves, LT. 20
3000-049 Coimbra
T. 239 484 658 | M. elisabete.magistradohotel@sapo.pt
Diariamente das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h
Colo da Garça | Hotel D. Inês
Rua Abel Dias Urbano, Nº 12
3000-001 Coimbra
T. 239 855 800 | M. direccao@hotel-dona-ines.pt
Aberto 24h
Porta Férrea | Hotel Tivoli Coimbra
Rua João Machado, Nº 4-5
3000-226 Coimbra
T. 239 826 934
Diariamente das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h
Arcadas da Capela | Hotel Quinta das Lágrimas
Rua António Augusto Gonçalves
3041-901 Coimbra
T. 239 802 380
Diariamente das 12h30 às 14h30 e das 19h30 às 22h30
A Petisqueira do Terreiro
Terreiro da Erva, 20. r/c
3000-153 Coimbra
T. 918 928 796
Diariamente das 9h às 24h
Adega Típica A Pharmácia – 7 Sabores de Aldeia
Rua do Brasil, 81/85
3030 – 175 Coimbra
T. 239 703 193
Diariamente das 12h às 2h
A Taberna
Rua dos Combatentes da Grande Guerra, 86
3000 – 181 Coimbra
T. 239 716 265 | M. ataberna25anos@gmail.com
Das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h30; encerra domingo ao jantar e segunda ao almoço
Cantinho do Reis
Terreiro da Erva, 16
3000 – 153 Coimbra
T. 239 824 116
De segunda a sábado das 12h às 16h e das 18h às 24h
Carmina de Matos
Praça 8 de Maio, 2-10
3000 – 300 Coimbra
T. 239 823 510 | M. carminadematos@iol.pt
Das 9h às 24h
Churrasqueira da Cidreira
Estrada Nacional 111 – Cidreira
3025 – 654 Coimbra
T. 239 961 215
Das 7h às 24h
Colher de Pau
Rua do Brasil, 56
3000 – 775 Coimbra
T. 239 403 544 | M. j-merces@hotmail.com
Diariamente das 12h às 16h e das 19h às 23h
Cova Funda “O Espanhol”
Rua da Sofia, 117
3000 – 390 Coimbra
T. 239 825 195
Diariamente das 8h às 24h
D. Pedro
Av. Emídio Navarro, 58
3000 – 150 Coimbra
T. 239 829 108
Diariamente das 10h às 24h
La Fiesta
Rua do Carmo, 54 - Loja 4
3000 – 064 Coimbra
T. 239 821 246 | M. rest.lafiesta@gmail.com
De segunda a sábado, das 10h às 24h
Nacional
Rua Mário Pais, 12 - 1º
3000 – 300 Coimbra
T. 239 829 420 | M. restaurantenacional@sapo.pt
De segunda a sábado das 12h às 15h e das 19h às 24h
Novo Rest | Eurest/Makro
Vale das Flores, Edifício Makro
3030 – 191 Coimbra
T. 239 702 056 | M. novorest.coimbra@eurest.pt
Diariamente das 7h às 22h
O Porquinho
Quinta da Ribeira, 1 Coselhas
3000 – 125 Coimbra
T. 239 494 036 | M. geral@oporquinho.com
Diariamente das 12h às 15h e das 17h às 24h
Praça do Marisco
Rua João de Deus Ramos, 145
3030 - 328 Coimbra
T. 239 403 384 |M. pracadomarisco@hotmail.com
Diariamente das 12h às 15h e das 18h às 24h
Quinta da Romeira
Rua António Pinho Brojo, lote 56 - Urb. da Romeira
3030 – 116 Coimbra
T. 239 781 301 | M. quintadaromeira@sapo.pt
De terça a sexta das 19h30 às 23h30 (almoços para grupos mediante reserva); sábado e domingo das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h30
A Portuguesa
Parque Verde
3000 – 476 Coimbra
T. 239 842 140
Restaurante da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra
Quinta da Boavista
3000 – 076 Coimbra
T. 239 007 000 | M. ehtcoimbra@turismodeportugal.pt
De segunda a sexta-feira, das 13h às 15h
Restaurante Dona Elvira
Estrada da Beira, 389 R/C
3030-426 COIMBRA
T.: 239 701 460
Democrática
Rua da Sofia / Travessa Rua Nova, 5
3000-298 COIMBRA
T: 239 823 784
Cervejaria Praxis
Urb. Quinta da Varzea, Lt 29 - Santa Clara
3040-380 COIMBRA
T: 239 440 207
Horário das 9h00 as 24h00, Sextas e sábados das 09h as 02h00, todos os dias
MENUS REFERENCIADOS
NAS OBRAS DOS ESCRITORES
EÇA DE QUEIRÓS
(1845-1900)
| Os Petiscos
Croquetes
Consolava-se então com regalos de gulodice. Durante todo o dia debicava sopinhas, croquetes, pudinzinhos de batata. Tinha no quarto gelatina e vinho do Porto. Em certos dias mesmo queria caldos de galinha à noite.
In “O Primo Basílio”
Queijo com mostarda, salada, vinagre, sal e rábanos
D. Nicazio, esse, comia impassivelmente o seu queijo adornado de mostarda, de salada, de vinagre, de sal, de rábanos e dum leve pó apimentado de Ceilão.
In “O Mistério da Estada de Sintra”
| As Entradas
Empadinhas de marisco
Estavam parados ao pé da confeitaria. Na vidraça, por trás deles, emprateleirava-se uma exposição de garrafas de malvasia com os seus letreiros muito coloridos, transparências avermelhadas de gelatinas, amarelidões enjoativas de doces de ovos, e queques de um castanho-escuro tendoespetados cravos tristes de papel branco ou cor-de-rosa. Velhas natas lívidas amolentavam-se no oco dos folhados; ladrilhos grossos de marmelada esbeiçavam-se ao calor; as empadinhas de marisco aglomeravam as suas crostas ressequidas.
In “O Primo Basílio”
Ovos com chouriço
Ele encolheu jovialmente os ombros realargados. E só me soube contar, trilhando soberanamente com os sapatos brancos e cobertos de pó o soalho remendado, que, ao acordar em Tormes, depois de se lavar numa dorna, e de enfiar a minha roupa branca, se sentira de repente como desanuviado, desenvencilhado! Almoçara uma pratada de ovos com chouriço, sublime. Passeara por toda aquela magnificência da serra com pensamentos ligeiros de liberdade e de paz. Mandara ao Porto comprar uma cama, uns cabides… E ali estava…
In “A Cidade e as Serras”
| As Sopas
Caldo de galinha com ovo batido
Então Carvalhosa, erguendo-se, enterrando as mãos nos bolsos, declarou que, como orador, interessavam-lhe muito as doenças de garganta; e voltando-se para Sarrotini, com curiosidade condescendente:
― O que bebem ordinariamente os senhores, para clarear a voz?
Sarrotini explicou na sua linguagem, eriçada de francês e diluída de espanhol, que ele tomava um caldo de galinha, com um ovo batido. A Patti, por exemplo, essa era um cálice de Xerez, num copo de soda…
In “A Tragédia da Rua das Flores”
Sopa de congro
Tal era a cultura, o fino engenho, a influência social dos cozinheiros, que a Grécia, resumindo em símbolos compreensíveis e populares as glórias da sua civilização, celebrou ao lado dos seus sete sábios os seus sete cozinheiros. O maior deles era Aegis, de Rodes, o único mortal que tem sabido assar sublimemente um peixe. Outro era Nereu, de Quio, cuja sopa de congro foi cantada por poetas, e recompensada em toda a Ática com coroas cívicas.
“Cozinha Arqueológica”, in Notas Contemporâneas
| Os Peixes
Bacalhau à biscainha
Ultimamente, Melchior tomara o hábito de vir jantar com eles: ia então abaixo combinar com o Manuel petiscos espanhóis, arroz à valenciana, bacalhau à biscainha. In “A Capital”!
Salmão frio com molho de salsa e cravo
Mas, justamente, Harbrico espalhava diante dos cavaleiros uma deliciosa e irresistível merenda! Eram gordas perdizes aloiradas, um vasto salmão frio e cor-de-rosa, com um molho de salsa e cravo que perfumava o ar, cestos de pêssegos e uvas, como só há nos pomares de el-Rei…
“S. Frei Gil”, in Últimas Páginas
| As Carnes
Bifes de cebolada
E como o Bento entrava com bifes de cebolada, abancaram. A ceia foi longa.
In “A Capital”!
Cabrito assado no forno
À noite, depois de um cabrito assado no forno, a que mestre Horácio teria dedicado uma ode…
Contos
Galinha `afogada em arroz húmido´ (rodeada de nacos de bom paio)
No meio da sala de jantar, forrada de papel escuro, a claridade da mesa alegrava, com a sua toalha muito branca, a louça, os copos reluzindo à luz forte dum candeeiro de abat-jour verde. Da terrina subia o vapor cheiroso do caldo, e na larga travessa a galinha gorda, afogada num arroz húmido e branco, rodeada de nacos de bom paio, tinha uma aparência suculenta de prato morgado.
In “O Crime do Padre Amaro”
| Os Acompanhamentos
Arroz com favas
Foi ele que rapou avaramente a sopeira. E já espreitava a porta, esperando a portadora dos pitéus, a rija moça de peitos trementes, que enfim surgiu, mais esbraseada, abalando o sobrado ― e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris, sempre abominara favas!... Tentou todavia uma garfada tímida ― e de novo aqueles seus olhos, que o pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado:
― Óptimo!... Ah, destas favas, sim! Oh que fava! Que delícia!
In “A Cidade e as Serras”
Salada de alface e agriões
Era uma travessa repleta de alface, agriões, chicória, macela, com vinagre e grossas pedras de sal. Gamaliel mastigavas-as solenemente, como cumprindo um rito. Elas representavam as amarguras de Israel no cativeiro no Egipto. E Eliezer, chupando os dedos, declarou-as deliciosas, fortificadoras e repassadas de alta lição espiritual.
In “A Relíquia”
Tomates farcis à la Cohen
Decididos os convidados, fixado o jantar para uma segunda-feira, Ega teve uma conferência com o maître d´hôtel do Central, em que lhe recomendou muita flor, dois ananases para enfeitar a mesa, e exigiu que um dos pratos do menu, qualquer deles, fosse à la Cohen; e ele mesmo sugeriu uma ideia: tomates farcies à la Cohen…
In “Os Maias”
| Os Doces (sobremesas)
Maçã assada
A S. Joaneira então pôs na mesa um prato covo com maçãs assadas.
― Viva! Não, lá nisso também eu entro! exclamou logo o cónego. A bela maçã assada! Nunca me escapa! Grande dona de casa, meu amigo, rica dona de casa, cá a nossa S. Joaneira. Grande dona de casa!
Ela ria; viam-se os seus dois dentes de diante, grandes e chumbados. Foi buscar uma garrafa de vinho do Porto; pôs no prato do cónego, com requintes devotos, uma maçã desfeita polvilhada de açúcar; e batendo-lhe nas costas com a mão papuda e mole:
― Isto é um santo, senhor pároco, isto é um santo! Ai, devo-lhe muitos favores!
In “O Crime do Padre Amaro”
Sopa dourada
Depois num pós-escrito ele acrescentava: «O tempo aqui está lindo, o que se pode chamar de rosas, e tua santa tia muito se recomenda, que anda lá pela cozinha, porque vai hoje em trinta e seis anos que casámos, temos cá o abade e o Quintais a jantar, e ela quis fazer uma sopa dourada.»
Deitando uma acha ao lume, pensei como devia estar boa a sopa dourada da tia Vicência. Há quantos anos não a provava, nem o leitão assado, nem o arroz de forno da nossa casa!
In “A Cidade e as Serras”
Creme crestado
Mas o Alves Coutinho extasiou-se sobre a abundância das travessas de doce; havia creme crestado a ferro de engomar, um prato de ovos queimados, aletria com as iniciais do conselheiro desenhadas a canela.
In “O Primo Basílio”
Pêssegos aboborados em vinho
«Ontem ao jantar contei quanto o primo Gonçalo gosta de pêssegos, sobretudo aboborados em vinho, e a Anica toma por isso a liberdade de lhe mandar esse cestinho de pêssegos da Feitosa, que como se sabe são falados em todo o Portugal… Mil saudades.»
In “A Ilustre Casa dos Ramires”
| Para depois da sobremesa
Café `remexido´ com um pau de canela
Depois, à pressa, sem gosto, com a ponta incerta do garfo, picava aqui e além uma lasca de fiambre, uma febra de lagosta; ― e reclamava impacientemente o café, um café de Moka, mandado cada mês por um feitor do Dedjah, fervido à turca, muito espesso, que ele remexia com um pau de canela!
― E tu, Zé Fernandes, que vais tu fazer?
― Eu?
Recostado na cadeira, com delícias, os dedos metidos nas cavas do colete:
― Vou vadiar, regaladamente, como um cão natural!
O meu solícito amigo, remexendo o café com o pau de canela, rebuscava através da numerosa Civilização da Cidade uma ocupação que me encantasse.
In “A Cidade e as Serras”
Chá de erva cidreira
Pude averiguar que o nosso fino Alípio lhe dera uma receita para fazer chá de erva cidreira, que aliviava o Desembargador nas suas digestões monstruosas.
In “O Conde d´Abranhos”
MIGUEL TORGA
(1907-1995)
Bom pão, bom vinho
― Não há que ver: onde encontras tu terras como esta? Bom pão, bom vinho, bons ares, e em nossa casa, ao pé da mulher e dos filhos!
“Homens de Vilarinho”, in Contos da Montanha
Carolos / Sardinha
A mãe não podia compreender o que significava para ele receber uma prenda ― estender a mão, e ver nela, não a malga de caldo habitual, mas qualquer coisa de inesperado e gratuito, que fosse a irrealidade da riqueza na realidade duma pobreza conhecida de lés a lés. Por isso se arreliou tanto quando o viu, ao almoço, virar a cara aos carolos, e ao meio-dia comer apenas o rabo de uma sardinha.
“O cavaquinho”, in Contos da Montanha
Pão de trigo com queijo
O seu homem estava praticamente em jejum. Queria saber se lhe poderia chegar qualquer coisa. Um migalho de trigo com queijo, ao menos…
“A Resurreição”, in Contos da Montanha
Pêras / Limonada
Na tal noite da zanga, andavam juntas no adro, felizes da vida, a comer pêras e a beber limonada, quando o rapaz se aproximou, se eram servidas de qualquer coisa. Que muito obrigadas, mas que não tinham fome nem sede. “Inimigas”, in Contos da Montanha
Arroz doce
Com os pretextos mais estapafúrdios, demorava a partida. Conversava, varria, compunha e descompunha a travesseira da cama, comia pires seguidos de arroz doce, e assim encurtava a noite que os dois desejavam do tamanho da estrada de Santiago. Por fim, lá saiu.
“Um coração desassossegado”, in Contos da Montanha
Sardinha salgada / Caldo de gravanços
Foi no Doiro, numa cava. Ao meio-dia, a Margarida veio trazer o jantar, e embora a sardinha salgada e o caldo de gravanços tivessem a coragem ao mais pintado, a cara da rapariga desanuviava os horizontes.
“O leproso”, in Novos Contos da Montanha
Azeite
― E que azeite é? ― perguntou, com a sofreguidão que punha sempre em cada esperança nova.
― Azeite natural, da comida. Azeite.
“O leproso”, in Novos Contos da Montanha
Cerejas
Tinha já no chapéu algumas cerejas colhidas, reluzentes, a dizer comei-me. […]
Era outra vez Junho, as searas aloiravam já, e nas cerdeiras, polpudas, rijas, as cerejas tomavam uma cor avermelhada e levemente escarninha.
“Destinos”, in Novos Contos da Montanha
Raia
― Tenho raia ― informou a estalajadeira, a limpar as mãos gordurosas ao avental.
― Fumega?
― Isso é cá comigo… ― respondeu a velha, num sorriso que fazia crescer água na boca.
― Pois venha ela!
“O Lopo”, in Novos Contos da Montanha
Naco de presunto
Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só de se cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava?
“Natal”, in Novos Contos da Montanha
Broa / Fatia de febra
Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra, e sentou-se.
“Natal”, in Novos Contos da Montanha
CRISTÓvÃO DE AGUIAR
(n.1940)
| Os Petiscos
Petinga frita em banha (em base de pão ázimo)
Esperava a Severiana de Jesus, neste instante, tantos anos volvi¬dos, o panelão de água já em chiadeira de fervedura. Havia-o posto ao lume, mentes cernia a farinha de milho. Retirou-lhe o carolo e guar¬dou-o de sua mão. Talvez com ele vi¬es¬se a fazer umas papas para matar um des¬consolo. Ou um bolo assado na sertã de barro. Sem fer¬mento. Ázimo como a hóstia da tran¬su¬bs¬tanciação. Para comer quen¬tinho com charri¬nhos ¬miú¬dos, ou mesmo com pe¬tin¬ga frita em banha. Melhor conduto está ainda por inventar para o bolo da sertã.
In " Marilha"
| A Entrada
Charrinhos assados na sertã
escusado seria eu andar no meu laricá, cesto ao ombro, futurando tantas lindezas, porque o que me esperava, entra dia, sai dia, era trabalho em riba do lombo e charrinhos assados na sertã, servindo de conduto ao pão de milho enqueijado, ou, se era estação, uma mancheia de araçás ou uma laranja redolha para atestar;
In “Raiz Comovida”
| A Sobremesa
Ananás
[…] era aí, naquele palacete, que ainda lá está, com ermidinha à ilharga, que a fidalguia estava acostumada a assistir de Maio a Novembro; andava este que aqui está acartando leiva para as estufas de anana¬ses (cada carreto de se ficar derreado), mais quebrado que nem sei, só me apetecia amassar-me debaixo de uma som¬bra e ficar de papo para o ar vendo as nu¬vens a correr no firmamento (caía um marmaço de infernizar corpo e alma, tempo de agonia), mas ainda tinha de penar para despegar do trabalho, o Sol andava a passo de boi, e eu bem que mirava as alturas, mas perdia o meu aço e a minha paciência, […]
in "Raiz Comovida"
| O Café
Biscoito com manteiga (para servir ao café ou ao chá)
“Empurra, meu rico Gualter, empurra para baixo, olha que o Cidério já vai na segunda talhada de melancia; vê se fazes diligência para acabar o resto do biscoito com manteiga”…
In “Raiz Comovida”
Fonte: Turismo de Coimbra
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