quinta-feira, 29 de outubro de 2009

07/11 - GADJÉ - LASHOJ TYE DEYS - Danças Ciganas do Mundo no Cine-Teatro de Estarreja



Flores e formas gadjé vindos do espaço.... Entre cores e fragrâncias soltas, paprika e palinka roubada, corações ao alto, saias de vento rodopiam soltas, chocalham peitos de moedas e olhares de fogo. A música rebenta e rasga numa viagem ao mundo do fim do mundo, voa pela Rússia e pelo sonho a trote da Roménia à Hungria, da caravana rasgam gritos flamencos, do cabaré ao sonho, ao eterno romance da dança com a música. O calor aumenta, o ritmo duplica, o sangue circula fugaz, a paixão é dançada num frenesim de sons e impulsos, a selvagem celebração da vida.»

Lashoj tyo dyes!, em Romanès - "tenha um dia feliz!"; é o que este espectáculo procura transmitir: vida, energia, arte, música, dança, paixão, sonhos…

As origens do povo Cigano ou, mais correctamente, Rom, remontam à zona situada entre o centro e o norte da Índia. Tratava-se de uma vasta população, composta por diferentes castas e povos, trabalhadores e artesãos, que tinham em comum o facto de servirem uma casta de guerreiros, realizando todos os trabalhos necessários para manter uma sociedade: a Confederação Rajput. No princípio do séc. XI, surgiu um reino muçulmano na zona que corresponde ao actual Afeganistão, o Império Ghazanavid, que iniciou uma série de invasões pela Índia. Após intermináveis conflitos, os grupos Rajput viram-se forçados a migrar. A partir de então, o povo Rom dividiu-se numa série de pequenos grupos, tomando direcções diferentes e estendendo-se por todos os países da Europa no séc. XV. Em 1500, a presença desta população fazia-se sentir desde a Noruega até Portugal, passando pela Polónia e a Grécia.
A cada região que chegavam, traziam na sua bagagem um repertório coreográfico e musical extremamente rico que, de algum modo, relatava a história da sua migração.

Reunidas todas estas vertentes e influências, este espectáculo resume as diversas danças que o povo cigano foi deixando como património até aos dias de hoje.

Neste espectáculo apresentam-se cinco bailarinas em palco acompanhadas por cinco músicos.
A energia e vivacidade da música e dança cigana, acompanhados por coreografias e cenários divertidos, tornam este espectáculo único e envolvente.

Direcção musical:
André Santos – Após ter completado a licenciatura em Economia pela Universidade Nova de Lisboa formou-se em Guitarra Clássica pelo Conservatório Nacional. Desde então dedicou a sua vida apenas à música. Teve aulas de Guitarra Flamenca com o reconhecido guitarrista Pedro Jóia. Integra diversos projectos musicais desde o Fado, Jazz, Chôrinhos brasileiros, Flamenco, entre outros. Tem um CD editado com o seu projecto de Flamenco “André Santos & Quinteto”, sendo composto apenas por composições de sua autoria. Como músico convidado já gravou inúmeros CDs de artistas portugueses. Teve aulas de composição com Eurico Carrapatoso e Eli Camargo Jr.
Compôs música para teatro e para diferentes projectos musicais, tanto de música Erudita como de música popular, acompanhou espectáculos de teatro e de expressão corporal improvisada. Produziu e fez a direcção musical de alguns projectos como por exemplo: do espectáculo de abertura da Quinzena da Juventude 2007 de Almada com o espectáculo “Zeca Afonso – Alma(da) Utopia”, entre muitos outros. Fez parte do Júri do 1º e 2ºConcurso Nacional “Cantar Abril” e do Concurso de Música Moderna de Almada (2008).
Actualmente frequenta a licenciatura em guitarra na Escola Superior de Música de Lisboa e prossegue os estudos de guitarra Flamenca e música cigana em Madrid com o maestro Óscar Herrero.


Direcção de Baile:
Mónica Roncon - De pai português e mãe espanhola, Mónica é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Clássica de Lisboa. Entre 1988 e 1992 diploma-se em línguas vivas: inglês, espanhol, francês e italiano. Especializa-se em tradução e interpretação simultânea e entra rapidamente no mercado de trabalho internacional. Mónica viveu a sua adolescência em Madrid, onde teve oportunidade de se impregnar da riqueza musical e coreográfica de Espanha. Em 1991, o seu encontro com Celia Neves em Lisboa é decisivo. Estuda flamenco, sevilhanas e ballet clássico espanhol no seio da sua escola (Escola de Ballet Clássico Espanhol Celia Neves) e integra profissionalmente o seu corpo de baile, actuando nos Teatros D.Luís, Maria Matos e Trindade. Após o seu malogrado falecimento, aprofunda o estudo do flamenco durante 6 anos em Lisboa, Madrid e Roma com Carlos Benavides, Salvador Martínez, Isabel Quintero e Rina Garavelli.
Em 1998, inicia um trabalho de pesquisa do movimento, através da dança contemporânea, no Centro Em Movimento, em Lisboa, o que lhe permite ampliar e enriquecer a sua perspectiva do movimento, do corpo e do espaço, explorando diferentes dinâmicas, o contacto e a improvisação. A dança contemporânea abre uma via para para o conhecimento profundo do corpo, a liberdade de movimento e o acto criativo, por excelência. Prossegue esta prática na actualidade. No ano seguinte, complementa a sua formação com o estudo da dança clássica e popular egípcia, desenvolvendo a harmonia, a fluidez, a graça e a feminilidade da expressão. Trabalha intensivamente com grandes mestres radicados em Lisboa, Madrid, Paris, Ibiza ou Cairo, tais como Shokri Mohamed, Nur Banu, Farida Fahmy e Annie N'ganou, e em particular com Prisca Diedrich, com quem aborda esta dança na perspectiva da sua original vertente sagrada.
A partir de 2004, debruça-se de forma intensiva no estudo e investigação das danças ciganas da Europa. Em Paris, estuda danças da Rússia e Europa Central com o ucraniano Pétia Iourtchenko (Teatro Romen de Moscovo), com a serba Simona Jovic (danças balcânicas e da Europa Central) e com a francesa Béatrice Lavielle (danças romenas, húngaras e turcas). Em França, estuda ainda com a alemã Helene Eriksen (danças turcas e balcânicas) e na Eslovénia estuda com Nursel (danças balcânicas).
No presente ano viajou pela Roménia, Hungria e Turquia, no intuito de ter um contacto mais directo com as comunidades ciganas ou Romani destas regiões, aprofundando o estudo da sua cultura, nomeadamente das suas danças e tradição musical.

Fonte: Cine-Teatro de Estarreja

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