terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Primeira impressora 3D portuguesa construída na Universidade de Aveiro!


Primeira impressora 3D portuguesa construída na Universidade de Aveiro
É a primeira impressora 3D desktop a ser fabricada em Portugal e serve para dar corpo a tudo o que a necessidade e a imaginação conceberem. O equipamento surgiu das mãos de dois estudantes da Universidade de Aveiro (UA), ocupa o espaço de uma comum impressora de papel e, ligado ao computador pessoal, funciona de forma tão simples que até uma criança pode imprimir os seus próprios brinquedos.
O preço da máquina made in UA é uma vantagem. Em vez dos 3 mil euros que custam as impressoras 3D desktop de referência no mercado mundial, cerca de um terço desse preço torna muito mais acessível um equipamento cuja utilidade «tem o céu como limite». Quem o garante é um dos arquitetos da primeira impressora 3D portuguesa. Francisco Mendes, aponta a possibilidade de se inventarem «coisas fantásticas» para a utilização da impressora.

«As aplicações são as mais variadas possíveis e as potencialidades aumentam a cada dia que passa», diz o estudante do mestrado em Automação Industrial da UA. Exemplos para otimizar a impressora não faltam. Um simples puxador de gaveta, um brinquedo ou mesmo um protótipo de uma pequena peça que um empresário queira vender a um cliente são apenas algumas das múltiplas aplicações à espera da impressora 3D. «Um designer ou um arquiteto que precise de fazer uma peça para uma maquete pode-a ter na mão sem sair do gabinete e uma criança que tenha perdido uma peça de lego pode produzi-la para conseguir acabar a construção», exemplifica Francisco Mendes.

Fácil de utilizar

O funcionamento da impressora, que permite gerar objetos leves mas muito resistentes, não tem muitos segredos. O utilizador pode fazer download de qualquer um dos milhares de objectos existentes em sites sociais (por exemplo em http://www.thingiverse.com/) ou «pode desenhar a peça no seu computador pessoal, através de um qualquer programa informático de modelagem 3D, e de seguida dá a ordem para a impressora imprimir, camada por camada, o modelo desenhado até ele se transformar num corpo sólido», explica. Se uma normal impressora de documentos utiliza papel, a 3D faz uso de dois materiais baratos: o ABS, um tipo de plástico normalmente utilizado nos eletrodomésticos e que pode assumir várias cores, e o PLA, um polímero feito à base de milho e, por isso, biodegradável.

Dependendo do volume e da complexidade da geometria da peça à qual se quer dar vida, assim o tempo de impressão, naturalmente, varia: um objeto de tamanho médio, com o volume de um telemóvel, pode demorar 30 minutos a ter corpo; um objeto grande, que ocupe o espaço de um livro de mil páginas, pode demorar até 5 horas. Em todo o caso, diz Francisco Mendes, «é um processo que demora muito menos tempo do que é gasto usando os serviços tradicionais de impressão de peças porque implica sempre um tempo de trânsito grande entre fazer a encomenda e ter a peça na mão».

Concebida por Francisco Mendes, de 36 anos, e por Jorge Pinto, de 33 anos, licenciado em Eletrotecnia pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, uma escola politécnica da UA, a impressora 3D nasceu na bitBOX, uma empresa criada pelos dois jovens inventores e alojada dentro da Incubadora de Empresas da academia de Aveiro.

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